Essa postagem é a primeira do relato que vou contar aqui sobre uma parte da história da minha vida. O meu objetivo é alertar todas as mulheres sobre a prevenção do câncer de ovário, um mal silencioso.
Eu tenho 29 anos e sempre fui uma pessoa saudável. Aos 12 anos tive a minha primeira menstruação. Nunca apresentei nenhum problema ginecológico, e sempre fui regularmente ao ginecologista. Aos 26 anos conheci o meu marido e como a maioria das mulheres eu queria muito ser mãe. Após 3 anos de casada e já com certa instabilidade eu meu marido decidimos que iriamos ter nosso primeiro filho. Então foi a minha ginecologista e ela mim recomendou fazer alguns exames antes de tentar engravidar, como uma prevenção e uma ultrassom transvaginal. Fiz a prevenção e o resultado foi positivo, no entanto quando fiz a ultra o médico dize que tinha um tumor no meu ovário direito e que eu tinha que conversar com a minha médica, ai eu já fiquei assustada, mas o médico dize que não era motivo de preocupação porque o tumor tinha aparência de ser um teratoma, ou seja, tumor de ovário benigno, e que eu poderia engravidar normalmente.
A partir dai eu já acendi a luzinha vermelha e algo dentro de mim dizia que eu deveria operar e tirar aquele tumor antes de engravidar. Foi então o que eu fiz, conversei com a minha médica e ela disse que realmente era recomendável eu retirar o tumor para que fosse feito uma biopsia, mas que o tumor tinha aparência de ser um teratoma.
Então no dia 18 de setembro de 2013 realizei a primeira cirurgia, onde foi retirado o tumor no ovário direito, quando a cirurgia terminou, mesmo antes da biopsia, o medico cirurgião disse que o tumor tinha mesmo o aspecto de ser um teratoma, e a biopsia era só pra confirmar. Após isso e todos os médicos falarem que o que eu tinha era um teratoma eu fiquei tranquila e esperei o resultado da biopsia sem nenhuma preocupação, achando que em breve eu estaria com o meu baby na barriga, triste ilusão.
No dia 11 de novembro de 2013 eu voltei ao medico com o resultado da biopsia em mãos. Então o médico mim examinou e disse que estava tudo bem com a minha cirurgia que agora era só praticar e engravidar. Foi quando eu com a biopsia em mãos, quase que esquecendo de mostrar, apresentei a biopsia ao medico, ele leu e já mudou a sua expressão facial. Ai eu perguntei se tinha dado algo grave, ele disse que sim. O meu tumor não era um teratoma, o meu tumor era um CARCINOMA DE OVÁRIO, ou seja, CÂNCER DE OVÁRIO.
Nesse momento o meu mundo caiu, nada fazia mais sentido e tudo ficou pior quando o medico disse que nesses casos o tratamento de práxis era histerectomia total e quimioterapia.Essa foi a pior noticia que eu recebi em toda a minha vida. Eu não tinha medo de morrer e nem mim preocupava com a aparência, embora eu seja muito vaidosa, nem com a perda dos cabelos e nem passar pela quimioterapia, minha maior tristeza era que eu não iria poder ser mãe, eu não iria poder realizar o meu maior sonho, um sonho tão esperado. Eu e meu marido ainda temos filhos e foi muito difícil aceitar essa realidade.
Após o diagnóstico o médico cirurgião mim encaminhou para um oncologista, e chegando lá ele pediu a revisão de biopsia para confirma o resulta, pois o câncer de ovário não é comum em mulheres com menos de 50 anos. Com a revisão da biopsia foi confirmado o resultado, e pra mim foi novamente um sofrimento, pois eu tinha que aceitar que aquela era a minha condição e que eu tinha uma luta imensa pela frente, que minha vida iria mudar e que o meu sonho de ser mãe não iria se realizar da maneira como eu imaginava.
Chorei muito, principalmente ao lado meu marido, que tem se mostrado um super companheiro e amigo e que fez toda a diferença no meu tratamento. Após uma semana só chorando e chorando, decidi enxugar as lágrimas e encarar o que tinha que ser feito com dignidade.
Voltei ao oncologista e ele mim propôs fazer uma pequena cirurgia para retirar apenas um ovário e estudar para saber a possibilidade de tempo e progressão da doença, para tentarmos pelo menos uma gravidez antes da histerectomia.
No dia 10 de dezembro de 2013 mim submeti a uma segunda cirurgia onde foi retirado somente o ovário direito e a trompa direita. Que foram mandado para biopsia. Passei o Natal e o Ano Novo na expectativa da noticia. No começo do mês de janeiro de 2014 voltei ao medico com a biopsia e novamente uma avalanche de tristeza, mas já com certo conformismo. Eu não poderia mesmo esperar para ter uma gravidez, pois a doença já tinha comprometido também o outro ovário.
Foi marcado a histerectomia para o dia 21 de janeiro. Uma cirurgia que durou 6 horas, com um corte de 20 centimétricos na vertical, que mim rendeu uma marca que eu vou levar pro resto da vida na barriga.
No dia 6 de março a quimioterapia e no dia 18 de junho fiz a ultima sessão. Eu estou bem graças a Deus, que esteve ao meu lado e mim deu forças e pessoas maravilhosas para passar por tudo isso. Agora eu fico fazendo acompanhamento a cada 3 meses com o oncologista clinico para vigiar o meu organismo. Eu e meu marido estamos na fila de adoção aguardando ansiosos para sermos pais de uma menina e com a graça de Deus já estar tudo bem e vai ficar ainda melhor.
Eu desejo muita fé e força para todas as pessoas que passam por este problema, porque só Deus e a família é capaz de estar ao nosso lado nesses momentos.
Eu agradeço infinitamente aos meus familiares e amigos em especial:
Ao meu pai que sempre mim levou com todo carinho as consultas: EXPEDITO CAMURÇA
A minhas irmãs que sempre estiveram ao meu lado: JANAÍNA e JAMILLA CAMURÇA
A minha mãe, que esteve comigo durante as cirurgias: NEUMA LOPES
Ao meu marido, companheiro e amigo: RAFAELL RABELO
A meu sogro e minha sogra que sempre cuidaram de mim com amor de pais: ROSA E ROGÉRIO
Ao meu médico sempre solicito e competente: DR ADRIANO VER
Obrigada a todos e saibam que eu os amo para todo o sempre!!!!
Enfim, essa postagem é pra que todas as mulheres fiquem atentas, pois o câncer de ovário é de difícil detecção pois o tumor não é externo e não podemos senti-lo com um toque, sendo necessário a realização de exames de imagem para detecção.
Na fase inicial, o câncer de ovário não causa sintomas específicos. À medida que o tumor cresce, pode causar pressão, dor ou inchaço no abdômen, pelve, costas ou pernas; náusea, indigestão, gases, prisão de ventre ou diarreia e cansaço constante. Outros sintomas, apesar de menos comuns, também podem surgir, como necessidade frequente de urinar e sangramento vaginal. A maioria desses sintomas não significa que a mulher tem tumor de ovário, mas serve de alerta para que ela procure um médico.